#1 Como foi a minha primeira experiência como UX Writer?

Perrengues, vozes da minha cabeça e muito estudo

Cassio Almeida
4 min readSep 22, 2020

Para começarmos, vou ser sincero: quando eu comecei na área, na metade de 2019, eu não sabia o que era UX. Assim, eu entendia um pouco, mas não sabia de metodologias, técnicas e nada sobre o universo de Experiência do Usuário.

Isso é normal. A maioria das pessoas que começam em UX saíram do Jornalismo, da Publicidade ou até mesmo de áreas consideradas distantes, como Psicologia e Arquitetura.

E lá em 2019, eu tinha acabado de sair de uma agência de publicidade e fui para uma editora ser UX em um time de produto. Das campanhas para os processos de Design. Literalmente.

Lembro do meu primeiro dia, sentado em uma cadeira confortável, usando o Google Trends para entender a melhor palavra para o contexto. E, por incrível que pareça, não estava errado. Eu que não sabia onde isso ia parar. Eu relaxei e pensei: “Ok, vou ter que estudar muito para entender o meu papel como UX Writer”.

Logo de cara vi um problema que eu não sabia responder: o que é UX? E qual é o meu papel nessa editora? Pronto. Travei. O que me salvou, na época, foi esse texto: O que é UX — User Experience e como começar nessa carreira

A primeira coisa que eu precisava entender era sobre UX. Afinal, faz total sentido. Writer, na nomenclatura, vem depois de UX. Tudo bem. Por onde eu começo?

Estudando e conversando com profissionais, aprendi sobre o Design Thinking e caí, logo no primeiro conteúdo, no Double Diamond.

Duplo Diamante, processo de Design Thinking.

Mesmo com esse entendimento sobre Design Thinking, as dúvidas não acabaram. Diferente do jornalismo, onde você tem uma pauta e um roteiro (quase pré-definido), eu entendi que no UX não existem roteiros, mesmo que tenha processos. Ou seja, eles são adaptáveis e moldados para cada projeto, empresa e profissional, e eles se alternam.

Me indicaram o grande livro do Don Norman, pai do UX, e comecei a entender o meu papel como UX Writer.

O Design do dia a dia, de Don Norman.

“Ok, então eu preciso melhorar a experiência do meu usuário?” — BINGO! Mas não é tão fácil assim, nem tão simples e nem tão definitivo dessa forma. Primeiro, eu precisava entender sobre o meu usuário e entender sobre o modelo de negócios. Sim, há um equilíbrio entre um e outro. E, mesmo com muita argumentação, às vezes, o modelo de negócios vence. E aqui o UX é muito importante, porque ele precisa dialogar com todas as áreas, dominar jargões, comunicar com argumentos e colocar o lado do usuário na frente.

“Tá bom, Cassio, e qual era o problema na editora?” — Precisávamos melhorar/adaptar um aplicativo de e-commerce. O nosso problema: os usuários não conseguiam finalizar compras.

O time que estava era incrível e eles fizeram uma análise heurística do produto, identificando os maiores problemas dentro do e-commerce. Ok, isso me deu norte de como eu poderia trabalhar ali (mesmo faltando muitos insumos de metodologias que eu poderia ter aplicado).

Conversei com todas as áreas da editora, conheci todos os stakeholders e entendi os meus limites. Ainda estava com a cabeça em jornalismo (foi, realmente, minha primeira experiência longe das redações), mas consegui, naquele primeiro momento, entender que sem um processo, o barco não ia chegar. E que se eu, o tal defensor das palavras, não conseguisse mostrar o que era o nosso usuário, os jargões tomariam conta do produto.

E, sim, seguimos o Design Thinking. E, sim, entregamos o produto. Claro, com problemas, porque faltou coisa, mas a entrega foi feita e o meu coordenador disse que o e-commerce deu certo.

Hoje, em 2020, eu teria feito tudo de outra forma. Tudo. Mas deixo esse ponto para um outro texto.

Outro negócio que eu aprendi em 2019: não tenha medo de chamar grandes profissionais de UX para um café. Chame no LinkedIn e fala que você está começando e que precisa de ajuda. Quase todos são incríveis e vão te ajudar.

Aqui embaixo vou deixar grandes referências para você chamar e conversar:

--

--